No início da década de 80, a Nike queria entrar a sério no negócio do basquetebol americano profissional, leia-se, NBA.
A ideia era aumentar as vendas dos seus ténis aos fãs deste desporto.
Na altura, quem dominava esse negócio era a Converse com mais de 50% de quota de mercado e com as grandes estrelas da altura da NBA a representá-los e a usar a sua marca.
Entre eles, Magic Johnson e Larry Bird.
Talvez as maiores estrelas daquele tempo.
A marca mais cool da altura era outra – a Adidas.
Esta era a marca que os rappers usavam nos seus vídeoclipes e que todos os miúdos queriam usar.
O panorama era o seguinte:
A Converse dominava o mercado do basquetebol.
A Adidas era a segunda neste mercado, mas a que era considerada mais fixe pela juventude.
A Nike aparecia em terceiro lugar, muito conotada com a corrida (e quase nada com o basquetebol, especialmente, profissional).
E, em 1984, a Nike resolveu apostar todas as suas fichas num único jogador – o estreante na NBA de nome Michael Jordan.
Jordan, que preferia a Adidas, aceitou representar a Nike depois destes o convencerem que iam criar uma marca só para ele – a Air Jordan.
E depois de concordarem que ele ficaria com uma percentagem das vendas.
Esta foi uma jogada brilhante por parte da Nike.
Porque, como a história demonstrou, foi altamente rentável.
Mas, nessa altura, a Nike fez algo que “explodiu” as suas vendas de ténis de basquetebol.
Decidiu perguntar-se: “E se quebrarmos as regras? O que acontece?”
É que a NBA tinha uma regra que dizia que os ténis dos jogadores deveriam ser, no mínimo, 51% brancos.
Para haver alguma uniformidade na apresentação dos jogadores em campo.
Ora, a Nike decidiu criar uns ténis vermelhos e pretos (as cores da equipa do Jordan – os Chicago Bulls).
Claramente a quebrar a regra da NBA.
A consequência? Em cada jogo, teriam uma multa de 5.000 dólares.
E a Nike ponderou:
48 minutos do melhor espaço televisivo, sendo o centro das atenções, com todas as câmeras a mostrar os seus ténis e com a atenção de todos os fãs (que ficavam ansiosos a pensar se voltariam a ver esses ténis no próximo jogo)…
Bolas, isso é uma pechincha!!!
E avançaram.
E o Jordan jogou com os seus ténis “fora de lei” até que a NBA decidiu bani-los dos seus campos.
E isso pode ter sido a melhor coisa que aconteceu à Nike.
Logo de seguida criaram uma campanha de televisão onde se podia ver o Michael Jordan com um equipamento de treino e uma bola.
E, à medida que a câmara descia até aos ténis do Jordan, podia ouvia-se:
“No dia 15 de setembro, a Nike criou uns novos ténis de basquetebol revolucionários.
No dia 18 de outubro, a NBA expulsou-os do jogo.
Felizmente, a NBA não te pode impedir de usá-los.
Air Jordan. Da Nike.”
Brilhante!
E, de repente, estes ténis não eram cool… Eram mais do que isso.
Eram ténis “fora da lei” e vários rappers começaram a usá-los nos seus vídeos.
Em dois meses, a Nike tinha vendido 70 milhões de dólares de Air Jordan e fechou o ano com mais de 160 milhões em vendas.
No ano passado, faturaram mais de 5 mil milhões de dólares em vendas de Air Jordan.
Ah, e acabaram por comprar os “donos” do negócio do basquetebol, a Converse.
Em grande parte porque pararam e perguntaram:
E se quebrarmos as regras?
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E no teu negócio?
Estás a fazer tudo dentro das “regras”? Formais e informais?
Será que está na hora de parares e perguntares-te:
“E se eu quebrar as regras”?
“E se eu não fizer o que era suposto fazer, tal como todos os outros estão a fazer?”
Onde será que isso te pode levar?
Um abraço e tem um dia excelente!
Marco Paulo Costa
www.omeunegocioimobiliario.com
PS: Lembra-te: não são os bem comportados, e que seguem todas as regras, que ficam na história e são lembrados no futuro.
Antes, são os rebeldes que mudam e moldam o mundo! 😉