Se queres saber a grande diferença entre alguém que sabe muito e alguém que te faz saber muito, lê isto.
Quando eu estava na Universidade a tirar o curso de Gestão de Empresas, tive uma cadeira de Cálculo Financeiro.
Era um dos cadeirões do curso.
Muita gente chumbava e tinha de ir a exame ou repetir a disciplina.
Lembro-me perfeitamente do professor.
Um tipo já mais velho e perto da reforma, que mal podia esperar pelo fim da aula para puxar de um cigarrito (sim, na altura ainda se podia fumar dentro dos edifícios e ele fazia-o assim que acabava a aula, antes de sairmos da sala).
E, claramente percebia-se que ele entendia do assunto.
Não era por acaso que era o autor dos livros da própria disciplina.
Editados e usados em mais de uma Universidade.
Sim, ele percebia muito do assunto mas tinha um pequeno problema.
É que não era assim tão bom a transmitir esse conhecimento.
Aliás, não era mesmo nada bom!
Algumas (poucas) pessoas apanhavam a coisa através do estudo mas a maioria estava completamente à nora.
Sem perceber patavina a maior parte das aulas.
Penso que isto acontecia essencialmente por uma coisa.
Ele não era capaz de se colocar no lugar dos alunos.
Fosse por pouca vontade, fosse porque para ele aquilo era muito simples, a verdade é que ele não conseguia entender a maioria das questões que eram colocadas pela turma.
E, por isso mesmo, a sua resposta era sempre igual.
Fosse qual fosse a pergunta.
Ele respondia da mesma maneira:
“Não entendo essa pergunta”. [e depois repetia o mesmo esquema e as mesmas palavras vezes sem conta]
E nós completamente a apanhar do ar.
A olhar uns para os outros.
Isto vem a propósito de uma conversa que tive ontem com uma colega no Porto.
Quando lhe disse que já tinha sido agente imobiliário e que compreendia o dia-a-dia e as “dores” do agente imobiliário, ela quase que respirou de alívio.
E depois contou-me porquê.
É que já tinha assistido a inúmeras formações em que ficava sempre com a sensação que o que estava a ouvir eram só teorias.
E que não se aplicavam na prática.
Sim, alguns (ou melhor, quase todos os) formadores nunca foram agentes imobiliários.
E por muito que até saibam do assunto, há algo que impede que as suas formações sejam completamente assimiladas por quem os ouve.
É que eles não falam a mesma linguagem e não conseguem colocar-se no lugar dos agentes imobiliários.
Nem sonham com as suas “dores.”
Às vezes tão intangíveis mas bem reais para quem as sente.
E quando tu já sentiste as mesmas “dores” e compreendes o que estão a passar, esse é meio caminho andado para que a tua mensagem passe com maior eficácia e cause mais impacto.
E tenha o poder de mover as pessoas e transformar o seu dia.
E, quem sabe, o seu negócio.
O que achas? É-te familiar esta sensação?
Um abraço e tem um excelente dia,
Marco Costa
www.omeunegocioimobiliario.com
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